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quinta-feira, 2 de agosto de 2012

QUEM É O CULPADO?

Abordar o tema “corrupção” é sempre palpitante, o Brasil por vários anos foi conhecido como o paraíso da corrupção.  Penso que este assunto sempre teve uma mão dupla, ou seja, se de alguma forma existe a figura do corrupto, o que se apropria indevidamente daquilo que não é seu; existe por outro lado, o corruptor, cujo nefasto ato propicia a existência do corrupto, pois um depende diretamente do outro. Sempre que sabemos de atos de corrupção, o repudiamos, atos como o maior esquema de corrupção da história do Brasil, o famigerado mensalão e tantos outros que chegam dia a dia ao nosso conhecimento. Todavia, para que alguém receba uma propina é necessário que alguém a entregue. Penso que ambos, o corrupto e o corruptor, e os cidadãos, não são de Marte, nem de Saturno, são oriundos de uma mesma sociedade. Se um gosta de viver a vida levando vantagens sem o sacrifício, sem o suor de seu rosto, ou seja, sem pagar o preço real de uma conquista. O outro é o facilitador, também não se preocupa com mudanças, seja ela pessoal ou correlata com a sociedade em que vive. Talvez, o mundo que ele não vá desfrutar, mas com certeza seus filhos e os seus netos. Tem gente que paga para alguém guardar o seu lugar na fila do banco, para tirar sua carteira de habilitação, quando é parado em uma alto estrada por excesso de velocidade, diz com a maior cara de pau: esse dinheirinho é para seu cafezinho, seu guarda. O gozado é que algumas vezes ouço pessoas de bem dizendo essas coisas, como se fossem absolutamente normais. Faço uma pergunta: Qual é o seu lado? Você é daqueles que condena a corrupção e todos os corruptos? Mas, no fim de semana vai à feira do rolo, e compra mercadorias sem nota fiscal, e de procedência duvidosa, e às vezes compra aquele CD pirateado do seu cantor preferido! E para os mais abastados que tem empregada doméstica, mas não paga hora extra, nem deposita o fundo de garantia!  Porém, é o critico numero um dos corruptos que usam o dinheiro público, para enriquecimento ilícito. Tudo bem é claro que usar verba pública em beneficio próprio é crime, e quem faz isso, deve mesmo ir para a cadeia. Entretanto, devemos também nos preocupar com os pequenos atos que podem ser raízes de uma profunda corrupção. Neste contexto geral lembremos-nos de Jesus, cuidado por querer tirar o argueiro do olho de alguém, tendo uma trave no seu próprio olho.

Pastor:  Saulo José  Marafon.